No
dia seguinte fui trabalhar para a fábrica I.G.Farben. Os meus companheiros de
infortúnio eram homens de muitas nacionalidades e proveniências, pelo que a
dificuldade de os entender e aos Kapo, comandantes e chefes do alojamento e do
crematório do campo de trabalho escravo (Buna) era bastante grande. Estávamos
condenados aos interesses das forças de segurança do campo, que por sua vez se
submetiam cegamente à vontade do Fuhrer em defender a superioridade da nação. O
importante para eles era usarem-nos para produzir armamento, projéteis,
explosivos, borracha sintética e uma série de outros recursos materiais.
Encontramo-nos em Monowitz,
próximo de Auschwitz.
Este campo é um
campo de trabalho, em alemão diz-se Arbeitslager; todos os prisioneiros
trabalham numa fábrica de borracha, que se chama Buna.
Primo Levi, "Se isto é um homem"