22 de abril de 2017



Monowitz-Buna servia, sobretudo, para fornecer trabalho escravo para o seu complexo industrial, nomeadamente para a produção de borracha sintética, mas também para empregar trabalhadores nas minas. Nesta prisão de milhares de inocentes, pereceram mais de cinquenta mil prisioneiros em resultado da fome, das doenças, das experiências médicas, dos assassinatos, e, sobretudo, da violência exercida pela Secção de Segurança.



Depois está claro que nos irão matar, quem pensa sobreviver está louco, 
quer dizer que caiu no jogo deles.
Primo Levi, "Se isto é um homem"


Direitos e liberdade eram termos desconhecidos naquele lugar rodeado de arame farpado, onde nos encontrávamos. Ainda assim, a humildade era visível na troca de olhares de prisioneiros como Wiesel, um judeu e ativista de nacionalidade norte-americana e Levi, um italiano que rondava os 24 anos e que trabalhava na fábrica I.G. Farben da buna como químico. Ambos irradiavam alguma esperança e convicção. Contudo, o sentimento que prevalecia neles era, predominantemente, o de terror e de angústia.